Equívocos sobre o Unschooling

traduzido por Marta Venturini Machado
from the English original by Alex Polikowsky , Misconceptions about Unschooling


Vou falar sobre algo que talvez não seja o caso da pessoa que escreveu [isto aconteceu numa discussão no fórum de discussão online chamado "Unschooling Basics"], mas que pode ser o caso de pais novos ao unschooling. Vou falar sobre isso porque eu já vi acontecer pessoalmente, e não funciona e não tem nada a ver com unschooling ou com ser um pai atento, presente e consciente ["mindful"].
Unschooling não é deixar as crianças a tomar conta delas próprias ou a resolverem situações sozinhas, sem ajuda ou uma pessoa para as guiar.
Não é deixar as crianças fazerem tudo o que querem,
não é sobre liberdade,
não é sobre só dizer sim,
não é sobre deixá-las, as crianças, resolver/descobrir coisas sozinhas,
não é sobre crianças que se ensinam ou lideram a sua aprendizagem.

Unschooling precisa de mais,
mais presença (dos pais),
mais direcção/orientação,
mais atenção, que os pais estejam mais conscientes (de novo "mindful"),
maior conexão entre pais e filhos,
mais questionamento e que se pondere mais,
mais escolhas e melhores escolhas.

Há algumas pessoas que pretendem fazer unschooling porque leram blogs ou ideias de famílias a divertirem-se e a fazerem coisas divertidas, sem estarem presas a um currículo ou a regras e controlo.
É possível que leiam um pouco e pensem que tudo o que têm a fazer é não ter regras,
não haver currículo,
não haver horários de dormidas,
não haver limites relativamente à televisão, aos computadores e à comida.

O que essas pessoas não estão a ler são todas as coisas que um pai unschooler ESTÁ a fazer.
Estão sentados a jogar computador com os seus filhos, estão presentes, atentos e atenciosos, ligados, facilitando, guiando, prevenindo, espalhando coisas diversas e interessantes pela casa ("strewing"), partilhando, descobrindo juntos, aprendendo ao mesmo tempo, criando um ambiente de aprendizagem, interessado e interessante.

Por isso, se o unschooling é novidade para si, a Sandra [Dodd] tem uma boa sugestão:
                   "Leiam um pouco, experimentem um pouco, esperem um pouco, observem."

Demora algum tempo a percebê-lo e a integrá-lo efectivamente. Tenho estado a ler e a aplicar os princípios do unschooling há quase 8 anos e ainda estou a tentar chegar lá.

A maior parte de nós tem um mínimo de 13 anos de escolaridade e algumas pessoas bem mais que isso. Coloquem questões e fiquem a reflectir nas respostas, releiam-nas, pensem nelas, leiam-nas de novo, experimentem-nas, esperem um pouco e observem!

Portanto, tudo isto para dizer que, se alguém pretende fazer unschooling pensando que vai ser apenas ficar sentado enquanto os miúdos tratam de si próprios e é canja, não se iludam!

O que não quer dizer que não seja maravilhoso e, sim, mais fácil e mais pacífico, mas não da forma que muitos pensam que é.

Alex Polikowsky


Nota: A presente página não contém a tradução de todas as contribuições que a página original tem sobre os equívocos que existem sobre o unschooling; neste momento, apenas poderão encontrar a tradução (livre) de uma divagação poética, como lhe chamou a Sandra Dodd, sobre o tema em questão, feita pela Alex Polikowsky. Mais tarde, irão ser acrescentadas as restantes traduções.
Original article, in English

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